Longe de querer ser o dono da razão, mas discordo muito do uso das tarefas domésticas, ações do bom convívio como gatilhos pra receber alguma coisa.
Por aqui já comecei a semanada, mas muito mais para ele ter noção do que relacionar a alguma atividade l. Tem sido uma tarefa pra entender que não dá pra ter tudo, que pra comprar a camisa do Bahia nova não pode comprar um álbum de figurinhas todo mês.
Vez ou outra ele volta pra casa com uma camisa nova “do meu dinheiro” e o orgulho pra contar pra todo mundo. Mas as tarefas de casa seguem sendo de casa sem recompensa
Hoje sou mãe de jovens adultos, na faixa dos vinte e sempre fui contra mesada. A meu ver, a proposta de compartilhar o orçamento doméstico, ou seja, que todos possam entender o que cada um precisa individualmente e coletivamente como família, é infinitamente mais educativo do que a ideia de "ensinar logo cedo a cuidar do próprio dinheiro a partir de um valor x mensal". Equilibrar necessidades e desejos é uma partilha, envolve boas conversas e os filhos devem aprender que o dinheiro vem suado de trabalho e serve não somente para investir em educação, lazer e comida, mas também pagar os boletos. Ainda mais nesse contexto capitalista neoliberal, o ato de dar mesada pode dar a entender para os pequenos que "sempre tem" e por isso não é necessário se preocupar no caso de um momento de "aperto" financeiro da família (não é problema meu, quero minha mesada!). E claro, pode ainda gerar situações bem desagradáveis de lidar como o que ela conta. Dá sim pra reaprender, mas vai requerer uma (re)programação do sistema familiar vigente, desejo boa sorte!
Me indicaram esse texto específico pq estou pensando um sistema de gratificação ao meu novo funcionário.
No início pensei em gratificar um trabalho bem feito, mas fui lembrado pela minha esposa que o trabalho é pago com o salário, que a gratificação deve vir por algo mais extraordinário.
Ainda preciso refinar isso mas o texto já ajudou bastante!
Oi, Amuri! Seu texto me fez pensar também na cultura encantadora do voluntariado, que existe aqui nos EUA e no Canadá (existe em outros países também, mas nesses dois eu já vivi de perto). A dona da escola do meu filho convidou todos os familiares para ajudarem a instalar o piso novo do parquinho, que ela recentemente comprou. Os amigos se juntam para encaixotar toda a mudança quando alguma família está indo embora. E eu poderia dar aqui dezenas de outros exemplos. Quando chegamos aqui, ficamos envergonhados com o tamanho da estranheza que essas atitudes nos causaram. De fato, tem muita coisa que pode ser feita apenas pensando no bem que proporciona. Abraço!
Longe de querer ser o dono da razão, mas discordo muito do uso das tarefas domésticas, ações do bom convívio como gatilhos pra receber alguma coisa.
Por aqui já comecei a semanada, mas muito mais para ele ter noção do que relacionar a alguma atividade l. Tem sido uma tarefa pra entender que não dá pra ter tudo, que pra comprar a camisa do Bahia nova não pode comprar um álbum de figurinhas todo mês.
Vez ou outra ele volta pra casa com uma camisa nova “do meu dinheiro” e o orgulho pra contar pra todo mundo. Mas as tarefas de casa seguem sendo de casa sem recompensa
morri de rir dos biscoitinhos, hahahahahahahahahaahahahaha
tamo dando nosso melhor, carolzinha
Hoje sou mãe de jovens adultos, na faixa dos vinte e sempre fui contra mesada. A meu ver, a proposta de compartilhar o orçamento doméstico, ou seja, que todos possam entender o que cada um precisa individualmente e coletivamente como família, é infinitamente mais educativo do que a ideia de "ensinar logo cedo a cuidar do próprio dinheiro a partir de um valor x mensal". Equilibrar necessidades e desejos é uma partilha, envolve boas conversas e os filhos devem aprender que o dinheiro vem suado de trabalho e serve não somente para investir em educação, lazer e comida, mas também pagar os boletos. Ainda mais nesse contexto capitalista neoliberal, o ato de dar mesada pode dar a entender para os pequenos que "sempre tem" e por isso não é necessário se preocupar no caso de um momento de "aperto" financeiro da família (não é problema meu, quero minha mesada!). E claro, pode ainda gerar situações bem desagradáveis de lidar como o que ela conta. Dá sim pra reaprender, mas vai requerer uma (re)programação do sistema familiar vigente, desejo boa sorte!
Me indicaram esse texto específico pq estou pensando um sistema de gratificação ao meu novo funcionário.
No início pensei em gratificar um trabalho bem feito, mas fui lembrado pela minha esposa que o trabalho é pago com o salário, que a gratificação deve vir por algo mais extraordinário.
Ainda preciso refinar isso mas o texto já ajudou bastante!
Obrigado!
Oi, Amuri! Seu texto me fez pensar também na cultura encantadora do voluntariado, que existe aqui nos EUA e no Canadá (existe em outros países também, mas nesses dois eu já vivi de perto). A dona da escola do meu filho convidou todos os familiares para ajudarem a instalar o piso novo do parquinho, que ela recentemente comprou. Os amigos se juntam para encaixotar toda a mudança quando alguma família está indo embora. E eu poderia dar aqui dezenas de outros exemplos. Quando chegamos aqui, ficamos envergonhados com o tamanho da estranheza que essas atitudes nos causaram. De fato, tem muita coisa que pode ser feita apenas pensando no bem que proporciona. Abraço!